Ausência...
Silêncio...
Muitas coisas têm acontecido, muito pouco tempo e muita falta de imaginação...deve ser uma fase meia marada. O certo é que a perguiça tem sido muita e a imaginação pouca!
Aqui há dias recebi um email fantástico bem apropriado para o verão e estas coisas de ser gaja e roupas leves e diminuidas pró verão. Bem é certo que não tem estado um tempo 5 estrelas mas já deu para dar uma saltada até à praia...Ó email que depois posto em seguida é apropriado às meninas e à epoca de praia...não resisti!
Só vos digo que no dia que o li chorei literalmente a rir...
A todas mulheres que entendem tão bem estas coisas por que todas passamos e sofremos em prol da tão malfadad beleza...beijos e bom verão!
"Tenta sim. Vai ficar lindo."
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me
render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos
mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que
meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu
imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso
aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás
nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que
era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves,
porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim,
pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim
que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona.
Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o
local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo
entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias
cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas.
Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga
ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso
cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada decalcinha na
maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de
frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi
coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma
pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um
barbante na mão. Fingi que era natural sabia o que ela faria com
aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou cordinha pelas laterais
da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- ...é... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da
Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer
mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas
confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois
joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de
cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável.
Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse
saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive
coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até
procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de
ligar para o hospital. Tudo isso buscando me concentrar em minha
expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou
se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de
respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve
ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de
espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação
e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer
sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que
idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o
cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a
respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi
que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só
voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe
arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la.
Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e
fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela
estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à
luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar,
gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei
pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido
perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o
aconchego falso da cera quente besuntando meu tuin peaks. Não sabia
se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei
que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha
situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí
me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de
desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse
ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse
ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história
mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais,
xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei
novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado
novamente abre cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor
demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me
depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele
jeito. Só mesmo Penélope. E agora, a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como
alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi
substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu.
O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até
bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar?! Namorar?! Eu estava com sede de vingança. Admito que o
resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais.
Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda,
protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei
antidepilação cavada. Queria comprar o domínio
www.preservemasxerecaspeludas