Round and Round in Circles Over Life...

21
Mar 07

Estar por um fio...

O que fazer quando nos sentimos por um fio? Quando sentimos que a réstia de sanidade não basta para manter a corda esticada sem partir?

A raiva invade o amago do meu ser, como um nó que se desata cá dentro, que mata cada pedaço de primavera que tenta florescer...

Cubro-me de negro dos pés à cabeça! Ainda de manhã pensava que era capaz de continuar este arduo caminho, pensava que podia carregar a cruz mais uns tantos metros mas a dor conseguiu corromper a minha vontade. Sinto-me tão estúpida por me deixar corromper por esta fraqueza, sabendo que existem pessoas piores, pessoas em situações mais dolorosas, mais dificeis. Hoje fiz um esforço, continuei o meu percurso, na esperança de aprender mais e chego ao fim do dia sem esperanças renovadas e energias gastas e negativas.

Tenho a sensação que estou à beira do percipicio...

Conhecem a sensação? Estar rodeado de gente, falar e não ser escutado, passear na multidão como um fantasma, diambular como uma alma penada, falar para uma série de paredes brancas....depois vem aquela pressão. Sinto-me a mais no meu espaço, que me rodeia, ninguém parece ter paciência para alguém que diambula o dia inteiro em busca de uma slução, querem-se resultados imediatos, a pressão novamente...depois são queixumes e mais queixumes, um lamento baixinho, ladaínha constante.

A vida nos dias que correm não está facil é certo, mas caramba eu estou aqui não estou?! Dois braços, duas pernas, cabeça no lugar, vontade inesgotavel de fazer algo de lutar, de me sentir util, de contribuir para a economia do país. Esforço-me e esforço-me, corro que nem uma louca, tento tudo e mais alguma coisa...Mas não...o mal é que estou à demasiado tempo em casa. E mais uma vez lá vem a pressão de volta...

Caramba será que ninguém vê os meus esforços???!!! Que mais tenho de provar...

Mas não! Ja devia ter arranjado qualquer coisa...como se até qualquer coisa fosse fácil nos dias que correm??? Porque afinal não posso ficar assim para sempre, tenho de me sujeitar, tenho de me vergar perante a vida e sujeitar-me a uma vida deprimida, triste, frustrada, mendigando tostões, como eles tiveram porque sempre fizeram aquilo que não gostavam. Tenho de me sujeitar a ir para um sitio qualquer pois é o primeiro que aparece, ser novamente espézinhada, tratada abaixo de cão, mal paga, porque tem de ser, porque eles sofreram o mesmo, viveram o mesmo, e porque isso há em todo o lado...

Mas não deveria ser deles que deveria partir precisamente a ideia contrária, não deveriam ser eles os primeiros a me reconfortar, a dar carinho, a escutar, a querer algo melhor para mim??!!

O maior desgosto é perceber que sempre foi assim, que a pressão foi mais que muita, que a fasquia era sempre muito superior, que tive sempre que ser mais e melhor, que a vida não está nas coisas simples, mas sim preenchida por coisas que nem sequer me fazem falta. Que o outro lado da humanidade é mera utopia e que afinal aquilo que me habituei a ouvir em miúda era apenas miragem...

Estou por um fio...como se um fio me segurasse à vida! Estou em contra-relógio forçada a terminada a corrida...E só me apetece cortar a corda...

Desculpem o desabafo...tive de exteriorizar esta minha raiva, no único sitio que sei que posso falar à vontade! Beijos a todos...

publicado por Paty a.k.a Wildflower às 18:45

Março 2007
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
16
17

18
19
22
23
24

25
26
28
29
30
31


subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

blogs SAPO