Round and Round in Circles Over Life...

23
Out 06

Por alguma razão, em algum momento nesta vida esquecem-se os sonhos de adolescência, nesta viagem evolutiva somos levados pelo querer, pelo desejo de alcançar um patamar mais seguro, mais estavel, o patamar das construções adultas das coisas concretas e materiais...

E nesta fase, nesta transição de um jovem para a vida adulta, que acho que me perdi algures...

Estes meses, dias nesta vida algo parada tenho reflectido sobre aqueles sonhos que tive um dia e que a determinada altura me pareceram impossiveis, imaturos, descabidos...

Um sorriso estampado no rosto quando relembro algumas das coisas que sonhava lá atrás...

Por outro lado tem me ajudado a olhar para trás, a reviver momentos, erros e a perceber que afinal sempre se aprende com todos eles...

Quero recuperar um fogo que tive um dia, um olhar mais romantico daquilo que poderia vir a ser e a fazer um dia...mas onde raio ficaram enterrados esses sonhos de adolescente???

Era uma menina muito fechada no meu mundinho...eram tantas as coisas que sonhava fazer! Creio que até aos meus 20 ou 22 anos acreditei que ainda seriam possiveis, uma vez disse a uma das minhas primas mais novas, que me parecia perdida nos seu 14 ou 15 anos e completamente despida de objectivos...

"Um dia miuda...ainda vou escrever um livro, dar a volta ao mundo e fazer um documentário...."

Estes eram os grandes entre muitos outros...

A escrita fazia parte da minha alma, ajudava-me a fugir de algumas coisas que mexiam comigo que me davam raiva, que me constrangiam....andava sempre com um "caderno das memórias" (como gostava de brincar a minha mãe), escrevia horas a fio, até os dedos me doerem....coisas da minha vida, coisas do meu imaginário, contos, poemas....

A volta ao mundo era o meu eterno desejo de me sentir bem em algum lugar, de acabar com uma certa inconformidade e sentimento de desencaixe, seria uma cidadã do mundo, porque no meio do mundo a solidão não seria tão grande, havia de encontrar alguém com quem aprendesse, alguém que me fizesse expandir horizontes...

Por fim elaborar um documentário, uma curta metragem...de certa forma a fotografia acaba por se relacionar com tudo isto...mostrar aos outros...o que os meus olhos querem que o mundo veja!

Mas os sonhos acabam por de certo modo se diluir e ficar nas caixinhas das memórias...

Dei por mim neste tempo a reviver alguns deles e a pensar na pessoa que me transformei, naquilo que hoje sou...

A minha irmã diz que só tenho de soltar o fogo do leão, fogo que tenho e que esconde uma pessoa muito mais iluminada e cheia de sorrisos e positividade, fogo que teimo em apagar em adormecer, fogo que conheci por alguns momentos, fogo que pode ser tudo aquilo que eu quizer, que pode mostrar a mulher sensual, sedutora, dedicada, comunicativa, a mulher que carrega um coração cheio de emoções e sentimentos pulsantes e que os teima em esconder.

E foi isso que aprendi com um certo alguém, é isso que vou guardar comigo, é isso que me vai fazer larga-lo definitivamente porque afinal é tempo de ser eu mesma, de mostrar que evolui, que os erros e os amores doiem e ferem, mas é com eles que mais cresemos...

É tempo de abrir asas, soltar a melana, deixar abrir o coração, não a alguém em particular, mas ao universo...

 

publicado por Paty a.k.a Wildflower às 21:22
sinto-me: Wildflower
música: Bon Jovi - "Wildflower"

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